OS FILMES QUE
ASSISTIMOS
SJRP em 31/01/2009, 14h saímos pra
Ubatuba p/ um curso de vela oceânica em
alto mar que contatamos via internet, com muita expectativa.
Ubatuba 01/01/2009, passeamos pelas Marinas para ver nossas
paixões: Veleiros de todas as marcas ,tamanhos ,modelos,preços e estado de
conservação...
Saco da
Ribeira, 20h,
encontro com o Charter ,onde o mesmo consumiu um volume “deslumbrante” de latas
de cerveja quente.
Saco
da Ribeira, 02/02/2009,08h, embarcamos no Veleiro X onde recebemos as
primeiras e inesperadas únicas instruções do referido curso e saímos motorados
num evento onde o Comandante exerceu
literalmente seus poderes.
Rota:
Saco da Ribeiro á Ilha Bela, no Saco do Sombrio: 26 milhas.
Notas p/ saída:
a)
Planejamento da Rota : olhar a carta e traçar
destino c/ planejamento; pilotar;
b)Saída
: comunicar a Marina nome de embarcação ,
tripulantes ,rota c/ retorno ( 15 Horas de 03/02/2009).
Base
Marítima de Ilha Bela informa condições climáticas p/ próximas 24h:
Horário
de Pré Amaré, Baixa Maré,Ventos predominantes,freqüência das ondas,chuvas etc.
Loog
Book
Navegando
entre várias Ilhas , seguimos a rota com vista ao Continente a cerca de 10
milhas à Boreste.
Paralelos
ao movimento do Veleiro, inúmeros Albatrozes se alimentando de cardumes de
peixes no caminho para a Ilha Bela.
Nosso
almoço : lanche de pão integral com presunto, queijo e tomate, c/ guaraná.
Com
vento de 6 nós, o comandante prefere seguir c/ máquinas á diante e apenas a
propulsão da Genoa c/ vento noroeste. Vento este de procedência Amazônica
c/ umidade moderada; 26°C .
Profundidade
média da rota: média de 75 a 100 pés
75/0,31cm = 25m-deep.
Distantes
há 20 milhas da Costa de São Sebastião,
ainda no motor, o Comandante insiste em contrariar a Tripulação em fazer o
propósito do curso: Usar as velas!
Por
voltas das 14:30h, há aproximadamente 5
milhas para chegar na mirabolante Ilha
Bela, onde a pernoite ancorados prometia novidades;
Não
obstante, o motor parou subitamente! Um silêncio rápido das águas e pouco
vento, aguardava a ação do Comandante.
Ele desceu
à casa de máquinas e verificando o sistema de máquinas e nada resolveu .Voltou ao cock pit e guinou 180°
dizendo: “Vamos voltar”!
A chegada até a Ilha Bela foi nesta ordem
abortada e entendida porque estávamos sem motor e informados de que não havia
nenhum rabeta de emergência à bordo. Aliás, não havia nem se quer um bote salva
vidas um mero remo!
Oportunidade
única que o fez levantar a vela Mestra.
E um vento razoável de través nos afastou a Ilha Bela, conduzindo-nos em
direção á Ilha Vitória e Ilhas das Couves em um sudeste 7 nós.
16h
- A tripulação entediada, tentando se
distrair com a propulsão,percebe a dificuldade
do Comandante e auxilia na inspeção no motor.
Comandamos
o Leme por um certo tempo e o Comandante
mostrava um novo comportamento que começava a desagrada os tripulantes.Se
recusando ,com o passar das horas e o sol caindo, a comunicar a Base , Marina
ou qualquer conhecido dele a nos prestar ajuda.Propondo resolver o fato sozinho.
Justificando, “Tenho experiência,calma!”
Porém
nada resolvia e nenhum gesto seguro se fez em várias horas que se passaram.
17h
- Várias tentativas foram despendidas pelo comandante e o esforço maior de um
dos tripulantes neste motor. Desmontaram os paióis investigando cada item do
painel elétrico, motor de partida, baterias e combustível...Nada.
E
então,contrariados pelo comandante, nadamos para refrescar o corpo e a cabeça...
A
ironia cresce quando , encabulado pela
situação de princípio de motim, o
comandante abre um notebook dizendo que
encontrará a solução do pane! Detalhe:
sem meios de comunicação pela internet.
Insistimos
com educação para que ele tentasse
contato com alguém no continente para nos socorrer. E através de nossos
celulares, que pediu emprestado, ligou para um mecânico e com todos os créditos
possíveis, nada resolveu...
18h
- No princípio da impaciência, fizemos
um segundo lanche com uma certa massa extra que veio à calhar! E ficamos
no convés , com um vento suave de 4 a 5 nós.
18:30h
- O sol se pondo numa tarde silenciosa ,
com os efeitos do infinito entre o mar azul o céu laranja e amarelo. O novo
destino, a saída, o Saco da Ribeira.
19h
– Velas batendo.Vento rodando. Ou melhor, acabou o vento!
O motor
modelo “Control”, deixara a tripulação definitivamente na mão, o vento
se foi mar à dentro. E sem qualquer
outro instrumento de propulsão , avistava-se relâmpagos distantes na proa.
Pedimos
determinação ao Comandante para solicitar ajuda pelo rádio, onde
houve resistência em tom agressivo e progressivo, prometendo chegada de novos ventos pela
embocada da noite, complementando que
dormiríamos por aí de algum modo e seguiríamos nosso tal curso na manhã
seguinte...
A
tripulação discorda do procedimento mas é reprimida com a frase: “Eu
sou o Comandante e dou as ordens aqui! Fiquem quietos e fazer o que já decidi!”
Procede-se
uma saliente discussão à bordo e a extrema
resistência do Comandante que nega tomar
outra atitude.
Tímidos, reflexivos, temerosos e contrariados,iniciamos
“sinalização corporal ” com as embarcações
que passava distantes.Pois não havia também à bordo nenhum dispositivo
pirotécnico ou qualquer outro instrumento que servisse de sinalização...
Houve
duas embarcações que passaram num raio de 4 a 5 milhas do nosso veleiro. Uma
lancha grande à bombordo e um veleiro à
boreste. Passamos rádio para eles e ninguém respondeu. O que deixou o
Comandante afirmativo de que ninguém ajuda ninguém por aí...
20h
– Avistamos na penumbra, um pequeno bote há cerca de 2,5 milhas do nosso
veleiro e já desesperados,pulamos e gesticulamos em frente às velas
brancas para nos destacarmos junto aos
nossos talvez, primeiros gritos de socorro de nossas vidas.
Simplesmente
avistamos a proa do inflável apontando em nossa direção com muita alegria!
A
bordo do 10 pés, um simpático mergulhador sorridente com sua roupa de neoprene
toda preta acompanhado de um companheiro pescador.Ambos vinham da Ilha das
couves de uma expedição de lazer.
Decididos a nos socorrer, iniciaram o reboque do nosso
veleiro segurando um cabo pela mão,pois o bote era incompatível com o tamanho e
principalmente o peso do veleiro.
Distantes
do destino , Saco da Ribeira, há cerca de 25 milhas, o mergulhador nos rebocou
, lentamente e com o combustível no limite, são agredidos por nosso ex -
comandante que insiste em dar ordens ao novo Comandante agora, o simpático
mergulhador, em relação à posição, velocidade, cabo etc..
.E agressivo, grita várias vezes para que nos solte e deixem-nos
aguardar novos ventos. Parecendo que adorava velejar.
Como manifestou isto ao
longo do dia!
Não
comoveu ninguém que, com a luz paciente e
a exemplar responsabilidade do mergulhador , fomos arrastados até a entrada do Saco da Ribeira.
23h –
Aumar Aumar ?? A Marina não podia ser avistada e se recusou a rebocar nosso veleiro, que ainda estava há 3 milhas da
poita.
Um
vento bom de popa nos conduz em direção da Marina.
Aumar
Aumar??? A Marina responde e através de um esforço galvânico iluminamos com luz
fraca de um precário sealed bean extra manual
, a vela mestra para que no Taxi Boat nos
localiza-se nos rebocasse finalmente até
a esperada poita.
Nesta
última milha , a segurança retoma a
tripulação que avistando o continente próximo, as luzes da encosta, é consolada pelo som das driças tocando os
mastros dos companheiros veleiros em suas poitas seguras.
00h
de 03/02/2009 - Naquela noite ficou em nossos pés , a deliciosa e real sensação
dos filmes , de “pisar em terra firme”.
Lembre-se :
-Para estar a bordo de qualquer
embarcação, confira o atendimento das normas da Capitania dos Portos.
-Os barcos são mágicos. Aproveite o
encanto de cada um deles.
-Siga sempre sua intuição de
sobrevivência.
Ubatuba
, fevereiro de 2009
Tripulantes
: Sérgio ,Lucas, Joseani e Flávia
Comandante
: X
Veleiro
: X 36 ft
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